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C-Bond

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:03/10/2019 às 18:14 -
Atualizado 4 anos atrás
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O que é C-Bond?

Durante quase 10 anos, o C-Bond foi o título de dívida externa mais negociado do Brasil, representando aproximadamente 10% dos papéis de países emergentes que trocavam de mãos diariamente. Por conta disso, ele se tornou a principal medida de risco-país, papel desempenhado hoje pelo CDS (Credit Default Swap).

Para entender melhor a sua importância, é preciso um pouco de contexto histórico.

Qual a relação entre o C-Bond e a crise da dívida externa?

 

A década de 80 foi caracterizada por uma série de calotes de dívida externa emitida por países emergentes. Resultado do alto endividamento em dólar dos países da América Latina e do elevado aumento das taxas de juros nos Estados Unidos para controlar a inflação, o México foi o primeiro a entrar em moratória (quando um país declara o não pagamento da dívida), sendo que o Brasil fez o mesmo em 1987.

O processo de renegociação da dívida externa brasileira demorou 7 anos. Além das dificuldades para se acertar os novos termos de uma dívida soberana de grandes proporções, para que o governo brasileiro conduzisse as conversas com os bancos privados, o governo norte-americano exigia o consentimento do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O órgão, por sua vez, defendia na época a implementação de um programa extremamente recessivo. As autoridades brasileiras relutavam em adotá-lo, temendo pelo custo político que uma crise econômica teria em uma sociedade que estava saindo do regime militar.

Em 1994, as novas condições foram finalmente pactuadas:

  • Um desconto sobre o valor principal;
  • A troca por seis novos títulos, com um prazo de até 30 anos.

As negociações foram conduzidas por Nicholas Brady, ex-secretário do Tesouro norte-americano, motivo pelo qual os títulos ficaram conhecidos como Brady Bonds.

O C-Bond (Brazilian Capitalization Bond) era um desses títulos, representando um montante de US$ 7,4 bilhões de um total de US$ 52 bilhões que o governo brasileiro devia aos bancos, a maioria de origem norte-americana.

Concluída a renegociação, o Brasil restabeleceu o seu acesso ao mercado financeiro internacional. Foi com o retorno do fluxo de capitais estrangeiros que o país viabilizou o uso do câmbio como âncora na economia, tornando-o um dos pilares do Plano Real.

Como o C-Bond era negociado?

O C-Bond tinha as seguintes características:

  • Prazo: 20 anos;
  • Vencimento: 2014;
  • Juros: 8% ao ano (pago semestralmente);
  • Carência: 10 anos para o início do pagamento dos juros, que eram mais baixos que os títulos anteriores.

Com a troca de papéis efetuada, os bancos começaram a ganhar dinheiro com eles. O título era disponibilizado no mercado de balcão, onde um trader ficava no telefone negociando com os compradores e os vendedores.

Sua cotação era na forma de um deságio (desconto) sobre o seu “valor de face” (valor de emissão). O tamanho do deságio indicava o grau de confiança dos agentes financeiros na capacidade do governo brasileiro honrar os seus compromissos. Nos momentos de crise, um C-Bond chegava a ser cotado a 55,63% do seu valor de face.

Ao contrário de outros títulos de dívida renegociada, que continham a garantia de papéis do Tesouro dos EUA, o C-Bond não tinha garantia alguma. Sua atratividade se encontrava justamente no deságio, visto que aumentava a rentabilidade total (juros e o valor do principal, pago no vencimento).

O que a taxa do C-Bond representava?

No mercado internacional, o risco de um título é definido em função do título do Tesouro dos EUA, o ativo mais seguro do mundo. Assim, o risco é apresentado na forma de um “prêmio”, também chamado de spread. Quanto maior ele for, mais arriscado o título é em relação ao papel norte-americano de mesmo prazo, dadas determinadas condições de mercado.

A percepção dos agentes é um fator extremamente importante. Para papéis com negociação diária, mesmo que um país não sofra nenhum impacto econômico relevante, o prêmio é influenciado pela maior ou menor disposição dos mesmos em relação ao risco.

 

Sobre o autor
Autor da Mais Retorno
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