Microalocação: saiba o que é e como funciona

O que é microalocação?

A microalocação, assim como a alocação de ativos, é uma estratégia de investimento que tem como objetivo equilibrar o risco e a recompensa. Sendo assim, ela distribui os ativos de uma carteira de acordo com metas, com o horizonte de investimento de uma pessoa e com a tolerância ao risco.

Uma particularidade da microalocação é que ela corresponde às alocações dentro das classes de ativos e combina elementos das subclasses. Aqui, as três principais classes — ou seja, as ações, a renda fixa e o caixa e equivalentes — têm diferentes níveis de retorno e de risco, o que significa que cada uma delas se comportará de maneira diferente com o passar do tempo.

Como a microalocação funciona?

Consultores financeiros geralmente aconselham os investidores a diversificar seus investimentos em várias classes de ativos para reduzir o nível de volatilidade das carteiras. Esse raciocínio básico é o que torna a microalocação muito popular no gerenciamento de portfólio, já que diferentes classes de ativos sempre oferecerão retornos diferentes.

Em um exemplo prático, vamos supor que uma pessoa deseja criar um plano financeiro para a sua aposentadoria. Para isso, ela deseja investir R$ 10 mil em um período de 5 anos. O seu consultor financeiro pode, então, aconselhá-la a diversificar o portfólio nas três principais categorias de ativos em uma mistura de 50/40/10.

O portfólio, então, ficaria mais ou menos assim:

Ações

ações de crescimento de pequena capitalização: 25%;

ações de valor de grande capitalização: 15%;

ações internacionais: 10%.

Títulos

títulos do governo: 15%;

títulos de alto rendimento: 25%.

Dinheiro

mercado monetário: 10%.

Ou seja, a distribuição do investimento dessa pessoa nas três principais categorias de ativo seria dividida assim: R$ 5 mil em ações, R$ 4 mil em títulos e R$ 1 mil em dinheiro.

Por que a microalocação é importante?

A microalocação é uma parte muito importante da criação e do equilíbrio de uma carteira de investimentos. Isso porque ela é um dos principais fatores que levam ao retorno geral — mais do que a escolha de ações individuais.

Por conta disso, especialistas recomendam o estabelecimento de um mix de ativos apropriados de ações, dinheiro, títulos e imóveis no portfólio para fazer disso um processo mais dinâmico. Dessa forma, esse mix consegue refletir os objetivos do investidor a qualquer momento.

Quais são os principais fatores que afetam as decisões na microalocação?

Ao tomar decisões sobre investimentos, a distribuição da carteira de um investidor é diretamente influenciada por alguns fatores decisivos. Confira a seguir quais são eles.

Fatores de objetivo

Os fatores de objetivo — ou de meta — são aquelas aspirações individuais estabelecidas para atingir um determinado nível de retorno ou de poupança por um desejo ou razão específica. Isso significa que objetivos diferentes afetam como uma pessoa investe e até em como ela arrisca.

Horizonte de tempo

O fator de horizonte de tempo depende exclusivamente da duração do período que um investidor deseja investir. Na maioria das vezes, ele depende do objetivo desse investimento e da mesma maneira diferentes horizontes de tempo implicam diferentes tolerâncias ao risco.

Uma estratégia de investimento de longo prazo, por exemplo, pode levar um investidor a investir em uma carteira um pouco mais volátil ou de maior risco — já que a dinâmica da economia é incerta e pode mudar a favor dele. Já os investidores com objetivos de curto prazo, no entanto, podem não ter interesse em investir em carteiras mais arriscadas.

Tolerância ao risco

A tolerância ao risco se refere a quanto um investidor está disposto a potencialmente perder uma determinada quantia do seu investimento original na expectativa de obter um retorno maior no futuro. Investidores avessos a riscos, por exemplo, retêm o seu portfólio em favor dos ativos mais seguros. Por outro lado, os mais agressivos arriscam a maior parte dos seus investimentos na expectativa de ter retornos mais elevados.